segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Religião + Política = ?




“Para ser presidente do Brasil tem que ter liderança, tem que está acima dos partidos, tem que conduzir a nação, e ai querido, para isso nós só temos uma pessoa José Serra 45, Para que o Brasil continue a avançar.”
Ontem ao assistir àquele já conhecido circo de horrores, vi essas declarações, se proferidas por um outro cidadão seriam normais, contudo foram proferidas pelo Sr° Silas Malafaia, Pastor da Assembléia de Deus vitória em Cristo. Lembro-me a principio que o senhor Silas estivera a apoiar a candidata do PV, Marina silva e algumas semanas antes da eleição, modificou seu ponto de vista ao alegar que a candidata dissimulava suas idéias a favor do aborto e da legalização da maconha. Após romper com a candidata do PV o senhor Silas passou a atacar a candidata Dilma Roussef e o PT, acusando-lhes de também apoiarem a legalização do aborto e da união estável entre pessoas do mesmo sexo, e declara seu apoio ao candidato José Serra do PSDB.
Indaguemos agora acerca do seguinte, se o rompimento do senhor Silas com a candidata do PV e de suas declarações contra o PT foram motivadas por suas idéias a favor da legalização do aborto e união estável entre pessoas do mesmo sexo, tem sentido este mesmos senhor apoiar o candidato José Serra, se foi no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, durante a estadia do candidato do PSDB no ministério da Saúde que fora aprovada a legalização do aborto, e sendo também publicamente a favor da união homoafetiva?
Acredito que o senhor Malafaia, por suas convicções religiosas, não poderia de forma alguma apoiar o senhor Serra, já que utilizou o pretexto de contrariedade de suas convicções e os planos políticos da então candidata Marina Silva para o rompimento, ou será que fora apenas uma desculpa?
Quero salientar que respeito as convicções religiosas do senhor Malafaia, lembro-lhe que vivemos em um País democrático e livre, inclusive com liberdade religiosa,  e para viver em liberdade precisamos aceitar as diferenças e as escolhas das outras pessoas. 
Ao observar no caput do art 5 da nossa constituição  onde defende que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”, me dá a entender que, os mesmos direitos que eu, como hetero, tenho de me unir a alguém com quem eu tenha laços afetivos, e ter os direitos oriundos desta união resguardados, da às pessoas que tenham uma orientação sexual diferente da minha os mesmos direitos. Ou será que aos olhos da Constituição eu esteja errado?
Com relação ao aborto já havia previsão legal desde 1940, para casos decorrentes de violência sexual ou risco de vida, contudo, existia também o cerceamento deste direito em decorrência da dificuldade de acesso a hospitais públicos para a realização destas intervenções, o que fora, aparentemente, suprido com a regulamentação, com relação a este item também sou a favor, pois já foi alvo de discussões, acadêmicas inclusive, as repercussões psicológicas oriundas da violência, não acredito que seria humano forçar estas mulheres a manterem uma gravidez nestas condições.
Para finalizar sinto a necessidade de expor que entendo que a religião possui uma grande importância na sociedade, contudo a sua importância nada tem a ver com o que tenho visto nas atitudes deste e de outros “homens de Deus”, que infelizmente deixam a responsabilidade com a salvação das almas de seu rebanho para servirem de cabos eleitorais.

            Épocaestado Brasil
            Conferência Nacional de Saúde Online               
          




 

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